Um sopro cálido na firmeza da montanha

Um sopro cálido na firmeza da montanha

Subo a montanha em busca de ar novo para nutrir meu corpo e minha alma.

O tempo é de descobertas, aventuras, ousadia… algo inquietante permeia meu ser.

As referencias psicanalíticas que construi não são suficientes para desvendar o que vislumbro da complexidade do humano. Surge a oportunidade de cursar um Programa de Mestrado em Artes em Psicologia Humanística em Antioch University em Londres em 1978 onde encontro David Boadella ensinando “Reichian and Neo-reichian therapies” desde então meu mestre, supervisor, psicoterapeuta e amigo.

O que tenho aprendido com David Boadella nestes longos anos é maravilhoso.

Na minha primeira sessão como cliente percebo subitamente que eu sou um circuito energético vivo, só com o toque suave de suas mãos, sua presença suave e forte. Descubro o valor da vegetoterapia! Experiência inesquecível que marcou meu caminho como terapeuta. Já não dava para voltar atrás e nem queria.

E agora como aprender a arte de ser bruxa? Foi o que me pareceu naquele momento onde fui beneficiada com a capacidade de cura que vinha daquelas mãos habilidosas. Mistério, mistério.

Pensava comigo “Nunca vou aprender, ele já nasceu healer”

E então começou a romaria em busca de estar perto desse ser.

Participando de cursos de treinamento no Rio de Janeiro, Europa, organizando durante vários anos workshops de treinamento no Brasil, participando de congressos internacionais, idas seguidas a Heiden por anos a fio para ver se descobria e aprendia um pouco da sua arte.

No início tentava imitá-lo, fazendo com meus clientes o “como” percebia seu trabalho na época: uma mão no diafragma, outro na mesma região das costas e assim ia acompanhando a respiração do cliente, sem esquecer-se de dar grounding na cabeça e nos pés, pescoço e ombros. Mas, sobretudo a voz, o tom da voz suave e acolhedora, buscando com o olhar forte e amoroso o contato. E assim fui me introduzindo nos mistérios da linguagem do corpo, com ele sendo a minha bússola: a voz interna que introjetei me dizia: “respiração, contato, linguagem”,”Não tenha medo das emoções,elas tem um ciclo definido quando são autenticas, senão são falsas e é melhor ir por outro caminho”.”Há muitos caminhos para se chegar até o cliente”.

E ai fui percebendo que estava descobrindo o meu.

E quando ele utiliza a metáfora do trenzinho para nos ensinar sobre Biossíntese e neurociência? Ficamos como crianças num jogo e ai ele afirma com energia e autoridade: este espaço aqui em cima da cabeça é o campo da Luz. E ficamos confortados e esperançosos.

E assim por muitos outros anos foi se desenvolvendo o aprendizado com ele. Cada vez mais enriquecido por suas pesquisas que inovaram e enriqueceram seu trabalho. Sempre é surpreendentes os caminhos que descobre para estar com o cliente. Sua fé inabalável no processo associa-se a uma extrema suavidade, sabedoria e compaixão.

Obrigada David!

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